quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vocês pensam que nos enganam


Mário Américo, ex-massagista da
Seleção Brasileira de Futebol

Por Sivaldo da Silva Pereira, o Espirro, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Pelas nossas mãos, assim como dizia o ex-massagista da Seleção Brasileira de Futebol, Mário Américo, “por estas mão”, numa propaganda do Gelol, pois bem, no Chão de Fábrica e através das nossas mãos criamos as riquezas que fazem nosso Brasil ser cada vez melhor.
Com nosso esforço continuado construímos, hora a hora, o orgulho de agregar valor às matérias-primas e transformá-las em peças de carro, em carros inteiros, em eletrodomésticos, em mercadorias que ao serem consumidas, nos confirmam, todos nós, como trabalhadores, cidadãos e consumidores.
Mesmo que não participemos inteiramente desta riqueza, pois nos sobra no final do mês uma merrequinha de salário, mesmo assim ninguém nos pode negar que somos a base de sustentação de toda nossa sociedade. Desde a origem da humanidade.
E talvez exatamente por sermos extremamente essenciais para a comunidade é que os meios de comunicação se esforçam tanto para nos apresentar sempre como desunidos e fragilizados.
É uma tentativa de manipulação cada vez mais boba, pois enquanto os grandes jornalões, canais de televisão e rádios criam programas para nos distrair da nossa realidade e nos levar a viver num mundo de faz de conta, meio abestalhados, cada vez mais estamos conscientes de nossa força e importância social.
No Chão de Fábrica só temos a alternativa sentir nossa importância de geradores de riqueza. Vivemos integrado à energia das máquinas. E somos nós que gerenciamos todo o processo produtivo. Se um de nós falhar, coloca tudo em risco. E não há manipulação da mídia que nos tire essa consciência de energia permanente.
Saímos do trabalho exaustos, mas realizados. O estresse que vivemos é porque o dinheiro é sempre menor que o mês. E é um desafio permanente cuidar do aluguel, da escola das crianças, dos remédios e do supermercado.
Mesmo faltando grana, não nos deprimimos. A alegria de viver faz parte do nosso DNA. E quando folheamos os jornais cheios de anúncios e com raras reportagens que nos animam a lê-las e nos postamos, cansados, diante de uma televisão vazia de conteúdos, sempre nos vêm à mente: essa elite pensa que nos engana.
Mal sabem que cada vez mais somos nós que fingimos que nos deixamos ser ludibriados. Pois temos a determinação de quem faz avançar, hora a hora, a História de nossa época. E a cada intervenção nossa de cada dia, seja na fábrica ou no bairro, no sindicato ou na urna, impomos, aos poucos nosso estilo de trabalhador e cidadão.
Enquanto isso, deixamos os patrões e as elites a seu serviço pensarem que nos enganam.

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