sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Torcida social

A gente pode passar o dia inteiro falando abobrinhas no ônibus, na fábrica, nos encontros com nossos vizinhos. E deixar a vida nos levar sem ter uma opinião formada sobre nada.
Ou pode dar uma direção às nossas vidas nos ambientes em que reproduzimos nossas vidas, ou seja, no chão de fábrica, na condução, na igreja ou na vizinhança.
Mas para dar um rumo na vida temos que saber para onde queremos ir. E quando escolhemos nosso destino, aprenderemos a construir nosso caminho ao caminhar.
Parece simples, mas exige de nossa parte um pouquinho de disciplina.
Em vez de sermos apenas os reprodutores dos assuntos sem sentido dos programas humorísticos ou dos resultados do nosso time de futebol, podemos nos preocupar, também, com a situação da escola dos nossos filhos, por exemplo.
Vamos descobrir que quando nos preocupamos descobrimos maneiras diretas de avaliar as informações. Da mesma maneira que conseguimos nos informar sobre a situação dos nossos times no campeonato.
Aprendemos, também, a fazer com que nossas informações cheguem aos gestores da escola de nossos filhos, do pronto socorro do bairro ou da cidade ou do posto policial.
Descobriremos, você verá se tentar, que cada ação leva a outra ação e assim construímos nossa estrada social ao caminhar. E deixaremos para trás aqueles papos furados e sem sentido e os substituiremos por trocas coletivas de ideias e influenciaremos os rumos da política em nossa cidade, em nosso bairro e até mesmo o ambiente produtivo na fábrica, escritório ou loja que trabalhamos.
Porque vale a famosa regra, se não temos opinião sobre nada, vamos acabar seguindo a opinião de terceiros. E, acredite, existe um batalhão de pessoas trabalhando incansavelmente para nos alinhar com o seu jeito de pensar.
Por exemplo, para muitos patrões e uma parte da elite interessam que reforcemos suas teses de um Estado incompetente. Para esse pessoal, quanto mais fragilizado o Estado, mais espaço sobra para eles fazerem negócios de interesse privado.
Por isso, reserve parte da conversa com seus amigos para tratar também de assuntos que têm a ver com nossa vida. Vamos continuar, claro, falando do nosso time do coração ou da novela que gostamos de assistir. Mas vamos conferir com nossos companheiros de trabalho ou vizinhos o que achamos sobre a administração da cidade, da escola de nossas crianças e da segurança do bairro.
E vamos arrumar um jeito de deixar o prefeito e os vereadores saberem o que pensamos. Através de envio de e-mails, cartas ou mesmo telefonando para o gabinete do vereador ou do prefeito.
Se cada um de nós se transformar num torcedor fanático de nossa vida social vamos conquistar o campeonato de cidadania. Com retorno de curto prazo na nossa qualidade social de vida. Duvida? Então, comece hoje mesmo a controlar o seu próprio destino.
Sivaldo da Silva Pereira, o Espirro, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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