segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mão na massa e massa de manobra

Por Sivaldo da Silva Pereira, o Espirro

Desde 1985, com o fim da ditadura militar, cumprimos todos os rituais democráticos.
O Congresso Nacional, as Assembléias Legislativas e as Câmaras Municipais são renovados a cada quatro anos. Período em que substituímos também os membros dos respectivos poderes executivos no País, nos Estados e nas Prefeituras.
Os rituais entre os poderes Judiciário, Executivo e Legislativo funcionam com alguma precariedade, mas funcionam. E o exercício livre e soberano do voto nos enche de orgulho.
Mas...
Mas continuamos longe da democracia plena. Porque ainda estamos submetidos ao atraso que se acumulou por centenas de anos de um regime escravocrata e de um período recente, desde 1889, de respiros democráticos e sufocos ditatoriais.
Temos, ainda, contra a prática saudável e harmônica da democracia, a defasagem premeditada em nossos sistema educacional. Convivemos, infelizmente, com 75% de analfabetos funcionais. Além disso, trabalhamos demais e vivemos longe demais dos empregos.
O resultado é um cansaço físico e a falta de tempo que muitas vezes nos excluem da participação direta em eventos democráticos de nosso interesse, como cuidar da qualidade da escola, vigiar o posto médico e exigir mais segurança pública.
As deficiências naturais da nossa democracia têm levado parte de nossa elite econômica, social e política a tentar usar os que colocam de verdade a mão na massa para gerar as riquezas em massa de manobra dos seus interesses, muitas vezes inconfessáveis.
Por isso, desenvolveram um sistema pronto para se prometer com a certeza de que não se cumprirá. É o que acontece, muitas vezes, dentro das fábricas e, também, nos relacionamentos entre políticos e seus eleitores. Em vez de se respeitar quem coloca a mão na massa, existe a tendência de transformar estes cidadãos e cidadãs em massa de manobra.
Uma prática que tende a ser sistematicamente questionada. Por que? Cada vez mais temos mais informações, trocamos mais ideias, interagimos de maneira consciente nos ônibus, trens e bairros.
E estamos prontos para melhorar nosso sistema democrático. Com resultados que saberemos aferir através de investimentos diretos em Educação, na Saúde e na Segurança Públicas.
Afinal, somos quem coloca a mão na massa e somos maioria no sistema democrático. E, conscientes, conseguiremos impor nossos pontos de vista social e econômico.

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