segunda-feira, 27 de junho de 2011

Distração para desvirtuar a cidadania

Propaganda dos Postos Ipiranga insinua que seus consumidores são maridos traídos
Vivemos num Brasil em que tudo falta para ser feito. Seja na Educação, na Saúde, na Infra-estrutura
Precisamos, com urgência, cuidar das atitudes das pessoas no relacionamento dentro das empresas, nas lojas, na prestação de serviços. 
Pois vivemos num mundo em rápidas mudanças e qualquer informação nos ajuda a formar um novo cidadão.
Mas quando paramos diante de um aparelho de televisão e avaliamos os conteúdos que nos são apresentados, que custam milhões de reais para serem produzidos, desde os Big Brother às novelas e, inclusive, os telejornais, parece que os programas são feitos para um Brasil que não é o nosso.
A superficialidade predomina. As informações desorganizam mais do que oritentam nossa percepção cidadã. E a cada intervalo comercial, sempre tem um membro da família que é desrespeitado ou humilhado.
Ora é o pai que é tratado com desprezo pelo filho porque não assinou determinada tv paga. Ora é o marido que antecipa sua chegada em casa e somos obrigados a acompanhar os vários amantes da sua esposa escapando pelos cantos.
Ou seja, os programadores dos canais de televisão e de rádio e muitos editores dos conteúdos jornalísticos agem conforme não precisassem de se vincular com os telespectadores, leitores e ouvintes do Brasil real.
Enquanto isso, arrecadam bilhões em publicidade para repetir o mesmo ciclo. E reproduzem o atraso, a deseducação e, o pior, a falta de estímulos cidadãos.
Nós, telespectadores somos de certa forma, cúmplices desta bandalheira. Enquanto permanecemos diante dos aparelhos de tv e de rádio garantindo a audiência para estes programadores.
Mas enquanto lideranças e pais, somos obrigados a adotar uma atitude para tentar, mesmo que minimamente, melhorar a qualidade dos conteúdos que nos empurram goela abaixo.
Não precisa, claro, de uma televisão chata. Precisamos, isso sim, de uma programação integrada com os anseios de nossos jovens, dos seus pais, dos nossos idosos.
Algo que a gente tenha orgulho de se referir nas nossas conversas de chão de fábrica, de trocar ideias dentro dos ônibus e trens. Que nos faça sentir mais integrados à realidade de nosso país.
Que traga para cada grupo de telespectadores, ouvintes e leitores reflexões sobre a própria realidade e que as informações possam se transformar em ferramenta de nosso dia-a-dia de cidadania e civismo. Em vez de sermos obrigados a presenciar uma programação que nos distrai da própria cidadania.

Sivaldo da Silva Pereira, o Espirro, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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