segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Racismo no Chão de Fábrica

Por Sivaldo da Silva Pereira, o Espirro, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Diminuiu muito o preconceito racial no Chão de Fábrica. Mas, infelizmente, ainda existe. Por isso, neste 20 de Novembro, data em que se comemora a Consciência Negra voltamos nosso olhar para nossos companheiros e companheiras negros.
Ser negro é ser condenado a uma carreira mais lenta, com menos promoções e a ser mantido por mais tempo que os companheiros de outras raças em serviços mais penosos.
E se você perguntar para as chefias e para o RH todos negarão que o motivo que se aloca, preferencialmente, negros para serviços mais pesados, com salários menores e em posições com menores chances de promoção é acidental.
Mas basta dar uma olhada geral no Chão de Fábrica e ainda vamos perceber núcleos de trabalhadores negros e negras honrosamente cumprindo suas funções diferenciadas, exatamente por serem negros. E mesmo assim, mantêm a solidariedade e a alegria de trabalhar ao lado de colegas que têm melhores chances apenas por não serem negros ou pardos ou mulatos.
É uma situação que vai muito além do famoso discurso de democracia racial brasileira. Pois enquanto tivermos o preconceito racial contra os negros disfarçados em tapinhas nas costas mas confirmados com funções secundárias e degradantes, com restrições na evolução da carreira profissional, temos muito a debater e a denunciar o nefasto preconceito racial.
Porque o preconceito institucionalizado nos ambientes de trabalho, além de ser social e humanamente condenável, prejudica a qualidade de vida dos negros brasileiros, desde os locais de moradia, nas oportunidades educacionais e até mesmo no Chão de Fábrica, onde a lógica da própria produção exige igualdade e tratamento mais justos.

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