segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cadê as mídias do Chão de Fábrica?

por Sivaldo da Silva Pereira, o Espirro, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá
Os trabalhadores do Chão de Fábrica são bombardeados todos os dias com noticiário que faz parte da manipulação das elites, na esperança de manipularem nossas vidas.
Acreditamos que as elites, os patrões, empresários e governos temem que acordemos para a famosa frase de William Shakespeare, o mais importante autor teatral de todos os tempos, que escreveu: "É estranho que, sem ser forçado, saia alguém em busca de trabalho."
Sim, muito estranho.
Mas, nós trabalhadores temos um propósito que vai muito além do lucro imediato do patrão. Nosso compromisso é com a reprodução da espécie humana, com a criação dos nossos filhos, com a aposta no futuro da humanidade.
Mesmo assim continuamos na nossa batalha diária. Ampliando com as negociações salariais e através das conquistas via Congresso Nacional, os espaços de decisão a favor dos trabalhadores.
Traduzimos estas conquistas em benefícios sociais e trabalhistas, como o 13o. salário, as férias, a licença maternidade. E nos preparamos, agora, para ampliar nossos direitos com as 40 horas semanais, sem redução dos salários. E vamos lutar até o último voto dentro do Congresso Nacional para colocar um fim no Fator Previdenciário.
De uma certa maneira, portanto, estamos vacinados contra as manipulações que os empresários tentam nos impor através dos meios de comunicação. E lamentamos, apenas, que não exista uma política editorial que leve em consideração as necessidades estratégicas da classe trabalhadora.
Afinal, somos consumidores de mídia. E se fôssemos respeitados com conteúdos jornalísticos que nos ajudassem a melhorar nossa formação e visão de mundo, muito provavelmente se refletiria no aumento da tiragem dos jornais.
Atualmente, os jornalões estão com circulação em queda vertiginosa. Culpa-se a internet. Pode até ser. Mas enquanto não se investir mais em conteúdo que tenha a ver com a realidade econômica dos trabalhadores e trabalhadoras do Chão de Fábrica, que leve em conta nossa vida nos aglomerados urbanos, nossas dificuldades cotidianas com a Educação dos nossos filhos e filhas e com a segurança em nossas comunidades, acreditamos que a tendência de queda nas tiragens vai continuar.
Felizmente, aqui e ali surgem iniciativas que começam a levar em consideração nossos pontos de vista. Que, acreditamos, ajudará a posicionar estes veículos mais agressivos junto a uma nova classe trabalhadora. Que sustenta o mercado interno e que ajuda a consolidar, pela primeira vez em mais de 500 anos, uma nova classe média brasileira.

Um comentário:

  1. Olá Espirro é Daniel da Magneti Marelli muito bonito seu pronunciamento, mas o importante é que esse discurso saisse do blog e fosse literalmente para o campo da prática. já fiz parte dessa casa e sai dela exatamente porque ao inves de ser defendido os interesses dos trabalhadores o que mais se busca nessa casa são os interesses pessoais a começar do alto escalão deste sindicato.

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