quarta-feira, 15 de junho de 2011

Vivências cidadãs, sindicais e digitais

Minha fotoPor Sivaldo da Silva Pereira, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá


Todas as ditaduras do mundo (e algumas elites) combatem, preferencialmente, a organização sindical. Por que?
Porque mesmo nos sistemas ditatoriais, a reprodução das riquezas tem que continuar. E a disciplina e organização fabril criam um ambiente que permite aos trabalhadores assimilar, até mesmo contra a vontade dos patrões, dos ditadores de plantão e das elites no poder, os métodos de organização coletiva.
Dentro de uma fábrica o planejamento, as metas, a avaliação de resultados são essenciais para se aferir o lucro final. Os trabalhadores e trabalhadoras transferem essa organização e planejamento, primeiro, para suas vidas privadas. Daí a capacidade de investirem no futuro da Educação dos seus filhos, de construirem suas casas e de apostarem nas aposentadorias. Depois, aprendem, também, a se organizar coletivamente. Dentro e fora das fábricas.
Aqui no Grande ABC, basta a gente dar uma olhada e perceberá a emergência de várias lideranças sindicais e políticas, que foram temperadas no chão de fábrica, se confirmaram como dirigentes sindicais e avançaram para a liderança política.
Temos José Cicote, que foi vice-prefeito de Santo André, deputado federal e estadual. Ou João Avamileno, vereador, vice e depois prefeito de Santo André. Djalma Bom, vice-prefeito de São Bernardo e deputado federal. Temos ainda Gilson Menezes, ex-prefeito de Diadema e deputado estadual. Jair Meneguelli, que foi deputado federal. E Carlos Grana, que emergiu do chão de fábrica para a direção sindical e foi eleito, com 126.973 votos, deputado estadual.
Claro, temos Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, presidente do Brasil por dois mandatos. Ex-peão de chão de fábrica, dirigente sindical, deputado federal e presidente da República.
Agora, inspirados na liderança de Cícero Martinha, que assume em 23 de junho uma nova etapa à frente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, teremos como missão a função de secretário geral.
Será nosso principal papel resgatar do chão de fábrica de Santo André e Mauá as grandes lideranças que estão aí, prontas para nos ajudar a melhorar nossa organização dentro e fora das fábricas. Nos bairros, nas vilas, nas favelas, nas cidades, no Estado e no Brasil.
Juntos com nossos companheiros e companheiras vamos nos preparar para fazer frente a uma elite que acessa o que há de mais moderno em tecnologias da informação.
Mas, apoiados nesta fábrica de lideranças que é a região, estaremos, sempre, em igualdades de condições nos debates e reflexões que moldarão nossa realidade política, a curto e médio prazos. Porque mais do que as elites, temos a nosso favor as vivências cidadãs, sindicais e digitais.

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